BOFE
leitura performativa, instalação
fita micropore
2024
BOFE é composta pela instalação do seu próprio título em fita microporosa na parede e um texto, apresentado em uma leitura performativa. Alguns dos temas abordados pelo texto são a negação da palavra homem enquanto uma identidade transmasculina, que é substituída pela identidade bofe - palavra oriunda do dialeto das travestis, o Pajubá.
Na obra de ciber_org, o jogo linguístico masculinizador é enviesado ao ser utilizado para designar sua identidade transmasculina, nascida de sua vivência sapatão e não-binária. O texto também traz alguns questionamentos acerca da possibilidade de a palavra mulher ser utilizada enquanto primeira pessoa do plural do feminismo, disputa a identidade sapatão como uma identidade também transmasculina, conta da sua primeira consulta no Ambulatório Trans e relata sobre a primeira vez que foi lido como homem por outra mulher.
BOFE é a obra em que o artista se coloca de frente para o público e fala abertamente em primeira pessoa sobre sua experiência enquanto um corpo sexo-gênero dissidente.
A fita microporosa que escreve e instala a palavra no espaço expositivo, conta da intimidade de grande parte
das pessoas transmasculinas que a utilizam enquanto método de edição para diminuir o volume dos próprios seios, comumente chamada de binder pelos membros da comunidade trans.
